15/02/2021

Depois da adoção de circuitos de recolha seletiva de resíduos verdes à porta dos munícipes, a empresa municipal Porto Ambiente alargou a iniciativa a entidades que produzem em maior quantidade este tipo de excedentes verdes, com a colocação de 62 contentores em 27 locais da cidade. A Associação de Moradores do Bairro Central de Francos e a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) são dois dos espaços que atualmente beneficiam da nova medida.


Já chegaram os dois novos contentores de resíduos verdes destinados à Associação de Moradores do Bairro Central de Francos. A nova fase da iniciativa, implementada pela Porto Ambiente desde outubro do ano passado, visa disponibilizar desta vez às instituições, estabelecimentos de ensino, associações, prédios e urbanizações do município as condições necessárias para a correta deposição e recolha de resíduos verdes, tendo abrangido até agora 27 locais com contentores de 1.000 litros.


“Trata-se do início de um projeto de atribuição a instituições, associações da cidade deste tipo de contentorização para que eles possam depositar os seus resíduos verdes, separá-los do indiferenciado que era onde eles colocavam hoje em dia”, explica o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, responsável pelo Pelouro da Inovação e Ambiente.


Os resíduos verdes (excedentes provenientes da jardinagem, como relva, ramos, folhas e flores) representam 13% dos excedentes indiferenciados produzidos anualmente na área de influência do Porto, o que se traduz em cerca de 16.000 toneladas por ano de resíduos verdes que não são tratadas convenientemente. De forma a contribuir para a reutilização e reciclagem de componentes biodegradáveis, a empresa municipal associou-se à LIPOR neste projeto que visa evitar que este tipo de excedentes possa ir parar aos contentores de resíduos indiferenciados.


Para a Associação de Moradores do Bairro Central de Francos, os mais recentes membros aderentes, a instalação dos contentores representa uma mais-valia. Também entendem que “o ambiente tem que ser respeitado” e, por isso mesmo, “tudo nos levava a que pedíssemos para colocarem aqui os contentores para os resíduos verdes”, afirma José António da Costa, presidente da associação.


Um passo em frente no protocolo que já tinham estabelecido com a Câmara do Porto na manutenção dos jardins da urbanização, possibilitando agora que a relva e as sebes disponham de local próprio para serem depositadas.


Já a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) aderiu à iniciativa municipal há alguns meses por uma questão essencialmente ambiental: “temos muita área verde, criamos muito desperdício e não tínhamos mesmo onde o colocar. Acabávamos por recorrer a ecopontos e, mesmo para os ecopontos, já era demasiado e não era o local apropriado”, admite Serafim Pereira, membro do Gabinete Técnico da FADEUP.


Com dois contentores de resíduos verdes ao dispor da instituição de ensino da U.Porto, a recolha é feita duas vezes por semana, de acordo com os resíduos que vão sendo produzidos.


A adesão a este serviço tornou-se assim numa forma de “melhorar as áreas da Faculdade de Desporto ao nível ambiental e de não termos desperdício nas nossas instalações”, conclui o responsável.




Após a recolha dos resíduos verdes pelos veículos do Município do Porto, o destino é a Central de Valorização Orgânica da LIPOR, onde, através de um processo de compostagem, será produzido o corretivo agrícola orgânico denominado “Nutrimais" - um adubo natural de alta qualidade -, que vai outra vez fertilizar os solos de cultivo a nível nacional. "Portanto, há aqui o verdadeiro fecho do ciclo numa lógica de economia circular que queremos obviamente potenciar”, acrescenta o vereador Filipe Araújo.


Contudo, consciencializar a população para este tipo de reciclagem é fundamental no processo, uma vez que “implica que façamos uma separação correta dos resíduos. Os resíduos verdes e os resíduos orgânicos têm esta característica: se estiverem contaminados por algum plástico ou algum outro material que não seja resíduo orgânico, ele será rejeitado e não poderá entrar no processo de compostagem”. Por esse motivo, os contentores distribuídos pela via pública são “condicionados através, neste caso, de uma chave”, de forma a restringir a utilização e permitir um maior controlo dos resíduos ali colocados. É o que se passa com a Associação de Moradores do Bairro Central de Francos, em que “os próprios jardineiros terão a missão de colocar os excedentes nos contentores, procedendo assim à devida separação, sem contaminar os resíduos”, acrescenta o vice-presidente da Câmara do Porto.


A par da distribuição de contentores e consequente recolha de resíduos verdes neste tipo de entidades, também os cidadãos podem reciclar os excedentes deste tipo que produzem nos jardins, através da deposição voluntária nos ecocentros. É também realizada semanalmente a recolha de resíduos verdes na área abrangida pelo projeto "Reciclar é Dar +" - os sacos reutilizáveis são colocados em frente às casas à terça-feira à noite, sendo recolhidos durante a manhã de quarta-feira, contando atualmente com 900 aderentes.

Além destes dois, é ainda disponibilizado um serviço de recolha ao domicílio a pedido, gratuito, em que a Porto Ambiente disponibiliza um saco reutilizável, que pode ser solicitado através da linha Porto. 220 100 220 ou ecolinha@portoambiente.pt.


Nestes dois últimos casos, a empresa municipal tem ainda disponíveis para entrega 10.000 sacos reutilizáveis para a deposição dos resíduos verdes.


Financiado pelo programa POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), o objetivo do projeto é ser alargado gradualmente, através da inclusão de mais aderentes, para que possa chegar a todo o município e contribuir para o processo de reciclagem. Até 2023, a legislação nacional prevê a obrigatoriedade da recolha seletiva de biorresíduos, uma meta que a cidade pretende cumprir.


Para que tal seja possível, a empresa municipal Porto Ambiente prevê novas candidaturas a financiamento comunitário, que permitam alargar o projeto de recolha seletiva de resíduos verdes no município.


Além desta iniciativa, a autarquia tem vindo a destacar-se pelo bom desempenho na adoção de várias medidas que visam incrementar uma consciencialização ambiental e as boas práticas de reciclagem na cidade, tendo o seu desempenho sido reconhecido recentemente na apresentação ao grupo de trabalho do Roteiro para os Plásticos 2025, integrado no Pacto Português para os Plásticos.

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