18/02/2021

A Porto Ambiente vai avançar com a instalação de cerca de 500 contentores de proximidade, para a recolha de resíduos orgânicos. Mais de 50% da população do município será abrangida.


A empresa municipal, que se prepara para arrancar com o projeto, vai disponibilizar a todas as habitações envolvidas pequenos contentores de 7 litros para separação dos resíduos orgânicos. Cada uma, receberá um cartão de acesso aos contentores de proximidade que serão instalados.


O objetivo, adianta a Porto Ambiente, é que este novo sistema abranja cerca de 60.000 alojamentos, estimando-se a recolha de mais de 6.500 toneladas/ano de resíduos orgânicos.


A estratégia de alargamento da recolha de resíduos desta tipologia foi apresentada esta semana, em primeira mão, num seminário sobre gestão de resíduos promovido pela rede Eurocities, em formato online.


Esta rede integra atualmente 140 cidades europeias, de mais de 30 países, e pretende estimular o intercâmbio das melhores práticas e representar os interesses dos grandes centros urbanos junto das instituições comunitárias, promovendo a inclusão das exigências urbanas nas políticas europeias.


O Município do Porto, que pela segunda vez assumiu a liderança do Fórum do Ambiente do Eurocities até 2022, fez-se representar pela empresa municipal Porto Ambiente, num fórum que contou com a participação de mais sete cidades: Sófia, Oslo, Prato, Berga, Copenhaga, Burgas e Munique.


De entre as temáticas abordadas, a intervenção do município na sessão incidiu sobre a apresentação da sua estratégia de recolha de resíduos orgânicos, que tem vindo a ser reconhecida a nível europeu.


Além da referência ao sistema já implementado na cidade, de recolha de resíduos orgânicos porta-a-porta em estabelecimentos comerciais e em zonas residenciais de habitações unifamiliares, a Porto Ambiente avançou que neste início de 2021, o projeto seria expandido para um formato diferente do já implementado, com a instalação dos cerca de 500 contentores de proximidade, que recebe, também, apoio de fundos europeus no âmbito de três candidaturas apresentadas.


Só os resíduos orgânicos representam cerca de um quarto (23%) dos resíduos domésticos produzidos que não estão a ser valorizados.



Recolha de resíduos verdes também acelera


Na mesma sessão da rede Eurocities foi ainda feita menção à estratégia de recolha de resíduos verdes no Município do Porto, que tem vindo a ser alargada com o envolvimento de instituições da cidade.


Os resíduos verdes representam 13% dos resíduos indiferenciados produzidos anualmente que não estão a ser convenientemente tratados.


Assim, o objetivo primordial da estratégia passa por aumentar a quantidade de resíduos orgânicos e resíduos verdes recolhidos, em linha com o compromisso assumido pela Câmara do Porto de redução do desperdício alimentar e promoção ativa da economia circular.


No fim deste ciclo, garante-se a valorização dos resíduos, através do respetivo encaminhamento para a Central de Valorização Orgânica da LIPOR, transformando-os num composto orgânico (Nutrimais), que atuará como fertilizante natural para os mais diversos fins, inclusive para aplicação na agricultura biológica.